Os funcionários do PAM (Pronto Atendimento
Médico) de Carangola entraram em operação tartaruga essa semana, onde são
atendidos apenas os casos de urgência e emergência. Eles alegam que estão há quatro
meses sem receber seus salários, pois a Prefeitura Municipal de Carangola, responsável
por repassar ao Hospital Evangélico uma verba destinada aos pagamentos dos
funcionários, não estaria cumprindo com as obrigações estipuladas no convênio.
O HEC alega que não está recebendo este repasse e que já realizou reuniões com
vereadores e esteve na Câmara para expor a situação.
Na tarde da última quinta-feira (19), os
funcionários do PAM promoveram uma manifestação na Praça Coronel Maximiano e no
Calçadão da Rua Pedro de Oliveira, terminando em frente à Prefeitura, onde foram
recebidos pelo Administrador Antônio Carlos de Rezende Mansur e pela Secretária
de Governo, Ana Maria de Souza para uma reunião. Na ocasião, foi marcado um encontro
com o Prefeito Patrick Drumond para a definição do impasse.
Em entrevista ao Jornal O Semanal, os
manifestantes disseram que a dívida existente entre a Prefeitura e o HEC chega
a R$ 343.841,00, e que o último repasse teria sido de R$ 119.000,00, ocasião em
que o hospital pagou aos funcionários do PAM o atrasado do mês de março. Eles
acrescentaram, ainda, que caso não for pago o salário em atraso o atendimento
será totalmente interrompido. Por sua vez, o Administrador Mansur disse que a
Prefeitura já está preparada para não deixar de atender aos pacientes do Município
caso o atendimento do PAM seja interrompido, pois conta com funcionários especializados
e médicos para atendê-los. Sobre a manifestação, ele disse que é um fato normal
por se tratar de um direito deles, principalmente porque foi uma manifestação
pacífica.
Segue na íntegra o panfleto entregue à
população durante a manifestação:
Manifesto Público dos
Funcionários do PAM e HEC
“Esclarecemos a população que nós,
funcionários do PAM estamos a 3 meses e 19 dias trabalhando sem recebermos
nossos salários. Somos funcionários do Hospital Evangélico, porém a verba que é
usada para efetuar nosso pagamento é repassado pela Prefeitura Municipal de
Carangola através de um convênio feito com o Hospital Evangélico firmado em
junho de 2010 por intermédio de um processo licitatório.
Esclarecemos ainda que os atrasos vinham
ocorrendo desde meados do ano passado, porém em outubro/2011 a situação piorou
e os atrasos começaram a passar de 02 meses. Hoje estamos com o pagamento de
abril, maio e junho sem receber. Continuamos até a presente data prestando um
serviço de qualidade à população de Carangola, porém, ficou insustentável
continuar trabalhando sem perspectiva nenhuma de pagamento. O Hospital
Evangélico tem sido solitário conosco, porém não tem recursos financeiros para
arcar com as despesas do PAM, e ainda corre um grande risco de fechar as portas
caso tenha que demitir os 30 funcionários que prestam serviços no PAM.
Hoje o PAM funciona com uma equipe de
qualidade e desde que foi assumido pelo Hospital Evangélico tem trabalhado com
médicos formados e de grande competência.
Deixamos claro que estamos reivindicando o
que nos é de direito, nada além do nosso direito, e que nosso desejo é que a
situação se regularize para que possamos manter nosso emprego, uma vez que,
caso contrário, serão 30 funcionários desempregados e um Hospital que atende a
microrregião correndo o risco de fechar as portas e uma população insegura sem
ter onde recorrer. Deixamos a pergunta: O que será do PAM? A saúde de sua
família estará segura? O município vai assumir a responsabilidade da demissão
de 30 funcionários e o fechamento de um hospital?”
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